Concurso HUBINE BNB

Concurso de Projeto 2018 – BNB

Abaixo o Memorial Resumo que foi entregue pela nossa equipe ao Concurso:

PRELIMINARES

O Banco do Nordeste do Brasil mantendo sua visão proativa sempre voltada para o desenvolvimento de nossa região tomou a iniciativa pioneira de implantar em Fortaleza um HUB de negócios voltado para empresas que estão em fase embrionária para que tenham suporte, avancem no mercado e tenham condições suficientes para manterem seus negócios.

O HUBINE, assim denominado, preencherá uma lacuna importante, principalmente para empreendedores que necessitam de uma infraestrutura econômica e estratégica para alavancarem suas atividades numa região com dificuldades, mas também com enorme potencial de avanços econômico.

IMPLANTAÇÃO

A estratégia de ocupação do terreno disponível se caracteriza pela implantação na zona de menor densidade da vegetação existente, prevendo replantio de coqueiros que predominam no espaço escolhido para inserção do edifício proposto.

Mantivemos a estrutura original de acesso da guarita e portaria existentes, configurando logo após a mesma, uma eclusa controlada por cancelas automatizadas que filtram o acesso ao HUBINE ou ao Centro Administrativo Getúlio Vargas (CAPGV).

Observando os aspectos de ventilação e iluminação natural, a edificação tem um eixo longitudinal no sentido norte/sul, voltando sua maior face para os ventos dominantes a serem filtrados e explorados para conferir conforto térmico aos ocupantes das instalações.

Promovemos ainda a requalificação simbólica do manancial de águas correntes que passa pelo costado do terreno, conduzindo-o para o interior da edificação projetada, através de galerias que passam sob o estacionamento, propiciando bem estar aos usuários do equipamento.

O PARTIDO ARQUITETÔNICO

Elegemos a água como principal elemento natural de estímulo à criatividade dos futuros ocupantes do edifício: fluidez, liberdade, fecundidade, vida. Através da derivação no curso do braço do canal que delimita o lote, uma lâmina de água penetra no edifício, atravessando sinuosamente as áreas centrais e verdes destinadas à convivência dos ocupantes.

Este procedimento alcança aspectos práticos e subjetivos ao tempo em que propicia redução da temperatura ambiente e oferece espaço à abstração. Lá adiante, a lâmina retorna ao curso das águas existentes.

A estratégia foi de criar uma modulação com ritmo arquitetônico de 5m e sobre a qual montamos todos os serviços em células de 25,00 m² (5x5m), dispostas de uma forma a criação de uma espacialidade que permitisse uma volumetria diferenciada que não causasse uma repetição de espaços, tendo como consequência, um ambiente dinâmico.

Criamos uma grande coberta que serve de abrigo para o programa de necessidades adotado pelo BNB para os serviços do HUBINE. A coberta, assim como seus apoios serão em estrutura metálica, com fechamento acima dela com telhas trapezoidais termoacústicas. O fechamento abaixo da coberta se dará por chapas em alumínio composto (ACM). A criação de uma coberta independente dos módulos edificados permite cruzar a ventilação no sentido leste/ oeste, criando um microclima nas áreas comuns (circulação, áreas de lazer) sem necessitar de climatização artificial.

O conjunto é acessado através de um plano levemente inclinado e tem sua identificação marcada por uma marquise que se projeta para além dos limites da cobertura. Planos vazados de chapas perfuradas em aço patinável envolvem o edifício, a guisa de cobogós, imprimem aspecto de leveza. O vão entre as vazaduras e o edifício Criou-se uma modulação com ritmo arquitetônico de 5m e sobre a qual montamos todos os serviços em células de 25,00 m² (5x5m), dispostas de uma forma a criação de uma espacialidade que permitisse uma volumetria diferenciada que não causasse uma repetição de espaços, tendo como consequência, um ambiente dinâmico.

Internamente, as necessidades a serem atendidas no escopo do programa, foram agrupadas segundo o zoneamento que se segue: No pavimento superior, as que exigem mais privacidade e isolamento (empresas incubadas, em aceleração, coworking,
laboratório de prototipagem e salas de reuniões); No andar térreo as áreas de recepção, convivência, treinamentos, administração, reunião e apoios.

Feito o zoneamento com a segregação das áreas, distribuiu-se as mesmas em torno de um pátio central cuja função é articular e integrar os dois níveis. Configura-se aqui, uma ampla zona de convivência que é fortemente marcada por ilhas de mobiliários feitos com materiais reciclados.

O PÁTIO CENTRAL

A definição do pátio como espaço de convivência e troca de experiências, viabilizará sobremaneira a sinergia entre os diversos profissionais das mais variadas áreas.

Abrigo fortuito e acaso para a criatividade. O arcabouço arquitetônico concebido pela utilização do bambu, aqui se contrapõe à modulação industrializada do aço tão presente em todo o resto do edifício.

Requalifica-se desse modo, o saber tradicional do uso do bambu como vedação e passamos a utilizá-lo como elemento de coberturas, entre as quais várias ilhas de convivência se alternam com as curvas do riacho redesenhado.

Conceitualmente, temos grandes captadores de águas pluviais que serão armazenadas em cisternas. Os bambus são estruturados através de círculos concêntricos em perfis metálicos que serão espaçados a cada 30 centímetros de altura
do piso, descrevendo a forma de cones. O revestimento da cobertura e do bulbo de coleta em fibra de vidro será moldado obedecendo a forma exterior das “tulipas” de bambu.

As circulações foram concebidas atendendo às normas de acessibilidade previstas na ABNT/NBR 9050 e desse modo, além de duas escadas e rampas, prevemos a instalação de plataforma elevatória.

Uma proposta arquitetônica pautada em inovação, tradição construtiva e flexibilidade não poderia deixar de ter elementos ligados a sustentabilidade de edificações. O sistema construtivo previsto para a edificação seria o uso de steel frame para os módulos com fechamento em placa cimentícia, pisos intertravados ecológicos para o estacionamento. Complementado, como registros anteriores, pela instalação de placas com células fotovoltaicas na cobertura. Noutro sentido, nos ambientes que necessitem de climatização artificial, será utilizado sistema VRF que não geram ruídos e controlam o uso racional de energias.

Dentro de um vasto campo de diretrizes a serem contempladas no lançamento da proposta para o presente equipamento, buscamos priorizar a harmonia entre o espaço construído e o espaço natural, de forma que dois processos construtivos distintos (industrial e o artesanal) se complementem se inter-relacionem e coloquem no centro de tudo a criatividade. O edifício deverá estimular e favorecer a inovação do pensamento humano, principalmente naquilo que se refere à sua relação entre os semelhantes e com o planeta. Esperamos honestamente, ter contribuído para tal.

Equipe Técnica

Jefferson John | Coordenador

Fernando Davet | Arquiteto

Robledo Valente | Arquiteto

Josemar Nolasco | Arquiteto

Luís Carlos | Arquiteto